quinta-feira, 31 de dezembro de 2009



E que venha 2010! (:
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Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera. E chega mais perto de ser quem - na verdade - a gente é.

Fernanda Mello

terça-feira, 29 de dezembro de 2009



Saímos um pouco de nós, viajamos quando lemos.
Marcel Proust

Não tenho culpa se meus dias têm nascido completamente coloridos. Simplesmente quando acordo decido que quero ser feliz, mas alguns ainda cismam em querer borrar minhas cores.


Martha Medeiros

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009



"Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo."

Luis Fernando Veríssimo

domingo, 27 de dezembro de 2009

O problema é que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil.

Marta Medeiros.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

"E sempre ficava sem resposta, nada como uma noite de sonhos para reorganizar a mente."

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

É horrível na vida da gente ficar sem alguma coisa que nós queremos; mas caramba, o que me enfurece é não poder dar a alguém alguma coisa que eu queria que ele tivesse.

Truman Capote, Histórias maravilhosas, (Nova Fronteira, pg. 20)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009


Porque era curiosamente indecifrável, e eu não conseguia arrancar nada, nem uma palavra, nem um segredo, nem um fiozinho de sentimento. Era tudo tão endurecido, tão petrificado, que de tanto insistir no mesmo ponto acabei ralando os dedos.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009


"Que possamos estar perto de quem amamos e, mais importante, que estejamos perto de nós mesmos. Viver sem desenvolver por inteiro o potencial que existe dentro de cada um de nós e acomodar-se com menos é ser tolo. Que tenhamos coragem para tirar as máscaras e os disfarces com os quais tentamos enganar a nós mesmos. Coragem para romper com o estabelecido e buscar o novo. Um novo dentro de nós. Uma nova maneira de ser, mais focada na colaboração. Só com coragem é possível deixar de ser tolo e conquistar tranquilidade e paz."




sábado, 19 de dezembro de 2009



"Você está feliz?
Estou.
Muito ou pouco?
Muito.
Muito quanto?
Totalmente feliz.
Nível 1, nível 2 ou nível 3?
Nível 3."


Fernanda Young

domingo, 13 de dezembro de 2009

“Eu disse a uma amiga:
— A vida sempre superexigiu de mim.
Ela disse:
— Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
Sim.”


Clarice Lispector
"A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar."

Antoine de Saint-Exupéry

sábado, 12 de dezembro de 2009



Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

Antoine de Saint-Exupéry
Mude. Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente,
observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço por alguns dias.
Tire uma tarde inteira pra passear livremente na praia,
ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma do outro lado da cama.
Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV,
compre outros jornais,
leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia.
O novo lado.
O novo método.
O novo sabor.
O novo jeito.
O novo prazer.
O novo amor.
A nova vida. Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais. Vá a outros restaurantes.
Tome outro tipo de bebida. Compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado, outra marca de sabonete,
outro creme dental.
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas.
Troque de carro. Compre novos óculos.
Escrevas outras poesias.
Jogue fora os velhos relógios,
quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros,
outros teatros, visite novos museus.
Mude. Lembre-se que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um novo emprego,
uma nova ocupação, um trabalho mais light,
mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas. Mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda.

Clarice Lispector.

"Eu sei, parece importante ficar em silêncio. Mas de que importa manter tantos dissabores e mastigar pregos pra conter as dores?
É tão fora de moda ficar mal. "



sábado, 5 de dezembro de 2009


Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem subiu ao coração do homem o que Deus preparou para aqueles que o amam. (I Cor 2.9)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"Sempre querem mulheres festivas e subjugadas. Efusivas e caladas. Dadas e reservadas. O Brasil é macho, muito macho. É o pau-brasil, o bumba-meu-boi, o saci pererê, o berimbau, o futebol e o caralho a quatro. E as meninas brasileiras são criadas para seguirem em frente sem perceber o quanto são ridicularizadas. Tomar na bunda sorrindo. Metáfora forte demais? Não, nem é metáfora."

Fernanda Young.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

As realidades da alma, por não serem visíveis e palpáveis,
não deixam de ser realidades.
Victor Hugo, em Os Miseráveis.
Por que é tão assustador entrar em contato com o sentimento? Muito mais fácil é usar a razão, explicar com o pensamento, com a lógica o que se sente. Mas será possível funcionar assim? Será que a razão pode traduzir realmente o que se sente?
Se eu tivesse que escolher um lugar, hoje, ficaria com os que estão se recolhendo. Olhando para dentro de mim mesma. Acolhendo minhas vontades e caprichos. Sem culpa. É preciso ter muita coragem para escolher ficar na contra-mão. Muito mais aceito é quem segue o fluxo, quem se agride para cumprir as normas, “ficar bem na foto”. E se mata um pouco por dia. Um pouco a cada dia. O esquema é cruel. Já passei tempo demais ignorando as realidades da minha alma. Fugindo. Me obrigando a sentir aquilo que, na realidade, não sentia. Tentando não sentir aquilo que, na realidade, me consumia. Me negando a enxergar aquilo que, de fato, era óbvio e real. O apego à razão, ao que é instituído, e ao que é lógico, pode turvar a visão, alterar a percepção e ser péssimo conselheiro. As evidências que não evidenciam, por mais reais que possam parecer. As certezas que não se sustentam. E ainda reduzem. O desprezo pelo acaso. Tudo para evitar o contato com os sentimentos. Que maravilha é poder mudar de opinião. De objetivo. Experimentar novas sensações. Quanto tempo perdi fugindo do que hoje é o que mais prezo: poder sentir. Perdi muito. Mas não me perdi de mim mesma. É bem verdade que foi por pouco… Consegui me humanizar. Mas ainda hoje quando fico aflita tenho que resistir – muito - para não procurar refúgio no intelecto, na razão. Sentimentos que aproximam ou afastam, não são visíveis nem palpáveis. E, por isso, muitas vezes ignorados. Inconscientemente ignorados.
Como explicar o arrebatamento diante de todos os mistérios? Há coisas que os nossos olhos, o nosso simples olhar, não captam. Procurar uma explicação lógica para tudo isso? Poderia nos abater. Poderia nos constranger. Poderia nos desestruturar. E somos mestres em evitar, em empurrar para debaixo do tapete tudo aquilo que pode nos levar ao sofrimento. Ao medo. Ao pânico. E, com isso, geramos desesperos, fobias, doenças...
Quantas serão as realidades, impossíveis de serem vistas apenas com os nossos olhos, que brincam conosco sem que sequer sejamos capazes de imaginá-las?

domingo, 29 de novembro de 2009

"O problema é que eu gosto dos significafos, símbolos, mistérios, nada nunca é nada para minha alma. Por isso não venha com alguns versinhos decorados, ou cantadas ensaiadas, sempre acho um valor para tudo e as pessoas tendem a crescer muito na minha visão. Basta você sorrir, me olhar de canto de olho. Pronto. Estará condenado a minha imaginação fértil. "

sábado, 28 de novembro de 2009


A gente se apaixona pelo jeito da pessoa. Não é porque ele cita Camões, não é porque ela tem olhos azuis: é o jeito dele de contar histórias como se estivesse vivendo o momento; é o jeito dela de piscar demorado os seus lindos olhos como se estivesse em câmera lenta. O jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa pra fora das calças. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de suspirar no final das frases. O jeito de beijar. O jeito de sorrir. Vá tentar explicar isso.

Martha Medeiros

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Distrair...

Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Clarice Lispector

domingo, 22 de novembro de 2009

Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, “embonitar” a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito. Sei que é complicado, mas contar falsifica, é isso que quero dizer — e pensando mais longe... é por isso mesmo literatura é sempre fraude. Quanto mais não-dita, melhor a paixão. Melhor, claro, em certo sentido que signifíca também o pior: as mais nobres paixões são também as mais cadelas.

C.F.A