terça-feira, 31 de março de 2015





Eu não sei me desvincular dessa paz que vem do alto e preenche os meus sentidos trazendo uma alegria de viver, uma vontade de sorrir pro nada, de não me doer com aquilo que os desgostosos costumam se doer.
É uma calmaria tão intensa que aquieta os dissabores dessa vida, eles começam a piar baixinho, baixinho e o segredo da paz é esse: o silêncio dentro, não fora.


Jéssica Alves

segunda-feira, 30 de março de 2015


                   O Utopista

Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro mundo.

                Murilo Mendes

quinta-feira, 19 de março de 2015


Ninguém faz poesia. Ela por si só existe e elege um canto-morada para se estabelecer. Vem um olhar cuidadoso, ou qualquer outro sentido nosso, e a arremata, dando início a uma série de suspiros. Que eu viva para isso, descobri-la, desnudá-la. Quem precisa de respostas na ponta da língua? Na minha língua quero versos e em meu peito, uma multidão deles.

Jéssica Alves

segunda-feira, 2 de março de 2015

É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada. 

Alberto Caeiro