E se fossemos além, só um passo à frente?
Se fossemos mais fundo, somente um pouco a mais do que já fomos?
E se olhássemos além do que vemos, apenas alguns segundos, olhos nos olhos daqueles olhos que desviamos?
[...]
E se ao invés do primeiro, nos permitíssemos chegar em segundo, terceiro ou outro lugar em qualquer lugar que fosse? Se o que valesse fosse apenas chegar, e chegando festejar, e festejando sorrir, e sorrindo abraçar quem nunca desejamos. E se mudando de caminho, nos encontrássemos a nos mesmos, á margem, com todos os velhos sonhos, músicas, e amigos? De que tamanho seria a dor se percebêssemos que estamos longe do que fomos?
Que nossos pés nos enganaram e nossos olhos mentiram?
Se repentinamente, buscássemos as diferenças? Se os dentes afiados se transformassem em beijos de boas vindas? Se escolhêssemos aprender sem dor?
Ainda seriamos os mesmos.
Adriel Gennaro