sexta-feira, 23 de setembro de 2011




Saudade mata a gente, menina.
Saudade engole a gente, menina.


Chico Buarque

quinta-feira, 15 de setembro de 2011


Sentia-se mal e envergonhado por ter vendido seus livros.
William Saroyan, O jovem audaz no trapézio voador e outras histórias (Paz e Terra, pg. 23)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011


Se todos os nossos atos fizessem sentido, o mundo seria um lugar diferente. A vida seria menos interessante, vocês não acham?
Lloyd Jones, O Sr. Pip, pg. 104 (Rocco)

Anotem meu nome

Não tenho preguiça;
o mal é fraqueza
de quem não consome.
Anotem meu nome:
Fome.
Eduardo Alves da Costa, Poesia Reunida, pg. 82 (Geração Editorial)

O poeta Eduardo leva seu cão raivoso a passear





Eduardo, louco em férias, poeta disfarçado em burocrata, levanta-se todos os dias com péssimo humor, para ser devorado pelo relógio de ponto.

Adora olhar pela janela. Está sempre olhando pela janela, muito embora nada aconteça.

Acredita nos homens, entregaria sua vida por eles, porque é um tolo, um humanista impenitente, um amante das grandes causas, um aprendiz de santo, um sofredor pela miséria alheia, uma vítima do melodramático, um desprotegido contra a chantagem emocional, com uma farpa da cruz atravessada no coração.

Faz amor com irregularidade, porque não obedece a nenhuma tabela nem tem a mulher ao alcance da mão. Prefere a monogamia, não por moral mas porque já lhe é difícil encontrar uma fêmea com sexo e miolos no lugar.

Desconhece o que é café matinal em família, não tem filhos para levar ao colégio, embora ame as crianças e sinta grande inveja dos que nasceram com suficiente mediocridade para as ter sem saberem por quê.

Parece crescer ao contrário, da velhice para a adolescência.
E enquanto aguarda o momento de nascer, leva seu cão raivoso a passear.


Trechos do poema de Eduardo Alves da Costa.

Máxima

Refletir ponderadamente sobre alguma coisa antes de realizá-la; porém, uma vez realizada, e sendo previsíveis os seus resultados, não se angustiar com reflexões contínuas a respeito dos seus possíveis perigos. Em vez disso, libertar-se completamente do assunto, manter fechada a gaveta que o contém, tranquilizando-se com a certeza de que tudo foi devidamente analisado a seu tempo. Se, ainda assim, o resultado é negativo, é porque todas as coisas estão submetidas ao acaso e ao equívoco.


Arthur Schopenhauer, A arte de ser feliz, p. 40 (Martins Fontes)

Entre quatro paredes


Os homens saem para a rua vestidos, e é impossível saber como eles são debaixo dessa roupa; o homem vive abertamente é em casa, entre quatro paredes, e você não sabe como ele vive ali.

Máximo Gorki, Ganhando o meu pão, p.267